BLOCO DE ESQUERDA CALDAS DA RAINHA

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

PSD e CDS rejeitam Proposta de evento sobre termalismo

Declaração de voto do deputado municipal do B.E., Lino Romão, acerca da rejeição da "Proposta de evento sobre termalismo":

"O Bloco de Esquerda apresentou nesta Assembleia Municipal uma proposta de realização de um evento na área do termalismo, a promover pela autarquia e a decorrer no CCC - Centro Cultural e de Congressos. A proposta a ser votada como recomendação à Câmara Municipal foi chumbada com os vostos contra da banda do PSD que não a percebeu nem a quis perceber.

A Câmara poderá e deverá ter um papel activo na atracção de aquistas, não porque se deva preocupar com a exploração e gestão do Hospital Termal, como a bancada do PSD erradamente interpretou, mas como forma de dinamização da economia local, nomeadamente do comércio tradicional da cidade, como a proposta explicitava.

Lamentamos que a bancada do PSD na Assembleia Municipal tenha esta visão imobilista do termalismo e não pense que o Executivo Camarário possa ter alguma inicitiva nesta matéria, quando temos vindo a votar moções exactamente nesse sentido, ou seja da salvaguarda e incentivo ao termalismo como âncora do nosso desenvolvimento. As contradições ficam ainda mais visiveis quando o próprio Presidente da Câmara classificou a nossa proposta como "pertinente".

Esperamos também vir a perceber melhor que tipo de missão e vocação é que a maioria na Assembleia Municipal entende que deve ser a do CCC. Ficou claro que a proposta foi chumbada com os votos contra do PSD, e também do CDS, por motivos de lógica meramente partidária. A discussão pública sobre o termalismo e o Hospital Termal não estão encerradas e a sua continuidade pode virá certamente comprovar a validade da nossa recomendação. É pena que a maioria tenha inviabilizado esta proposta e não entenda que a Câmara Municipal deve actuar para dinamizar o comércio tradicional e fortalecer a economia local."

-Deputado Municipal (B.E.), Lino Romão

Proposta de evento sobre termalismo


Proposta apresentada na Assembleia Municipal de Caldas da Rainha pelo deputado municipal Lino Romão:

Na última reunião da segunda sessão ordinária da Assembleia Municipal de 2012, o vereador Tinta Ferreira na qualidade de vice-presidente e em representação da Câmara Municipal, no âmbito da discussão das contas do ano transacto assacou ao Estado Central a responsabilidade pelo estado do Termalismo em Caldas da Rainha. Nas suas palavras, citamos: “O estado não investiu no termalismo!” No entanto, os caldenses recordam-se, pela comunicação social, que desde meados da década de 1990 foram feitas vastas obras de renovação no Hospital Termal, por força do aparecimento da famigerada bactéria que levou à interrupção da cadência normal de funcionamento das termas. Procedeu-se à substituição dos equipamentos de captação da água termal, condutas, torneiras ou outros tipos de terminais, banheiras, etc., em resumo, todas as superfícies em contacto com a água. Milhões de euros de investimento que saíram do Orçamento Geral do Estado, via Ministério da Saúde, e dos bolsos dos contribuintes.

A Câmara Municipal quer desvalorizar o papel do Hospital Termal enquanto serviço público vocacionado para a saúde, tentando fazer assim o caminho e a criação das condições para a sua privatização. Acontece que esta atitude de branqueamento fere a memória dos caldenses e a dignidade de uma instituição fundadora da cidade, com mais de cinco séculos, que sempre foi uma âncora da economia local e uma autêntica alavanca do comércio tradicional. 

A Câmara Municipal quer aliviar responsabilidades pela inércia em que deixou cair a cidade e o concelho. Mas os factos falam por si: o Hospital Termal está funcionar, e apenas a uns poucos milhares de utentes para atingir o ponto de sustentabilidade. O número de utentes a atrair anualmente para as Termas de Caldas da Rainha já foram alcançados no decorrer da década de 1990 e pode rapidamente ser recuperado, se para isso forem desencadeados os processos e os meios necessários. Da sustentabilidade do Hospital Termal depende fortemente a vitalidade do comércio tradicional, a começar pela hotelaria e restauração, e a pujança da economia local no geral, impulsionada pelo fluxo de aquistas que assumem também a condição de turistas, em estadias médias de duas a três semanas de permanência na cidade.

Apesar da importância económica do termalismo, para a cidade e para o concelho, a Câmara Municipal foi incapaz, até agora, de recuperar os aquistas perdidos. Não percebeu a tempo a importância deste recurso termal para o nosso desenvolvimento colectivo enquanto comunidade, e vem agora culpabilizar o Estado Central da sua própria falta de iniciativa. É triste e lamentável.

Mas a Câmara Municipal ainda vai a tempo de emendar a mão e inverter esta situação. O desafio que se coloca é o de lançar uma acção na área da medicina e do termalismo: um congresso dirigido à classe médica, p. ex., ou um colóquio sobre termalismo, eventualmente umas jornadas de saúde pública. Qualquer coisa que revele capacidade de agir para contrariar a tendência encolhimento económico que vivemos em Caldas da Rainha.

Assim o Bloco de Esquerda vem propor à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, por via da Assembleia Municipal, que lance um evento devidamente pensado e adequado a ter lugar no CCC – Centro Cultural e de Congressos, com o objectivo central de incrementar o Termalismo em Caldas da Rainha, e assim estimular a economia local. Consideramos assim que a Câmara Municipal se pode retratar de décadas de inércia, demonstrando agora alguma capacidade de trabalho. Se for capaz de agir. 

Caldas da Rainha, 8 de Maio de 2012.

O Deputado à Assembleia Municipal de Caldas da Rainha.
Lino Romão