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sexta-feira, 1 de junho de 2012

João Semedo diz que fusão de Caldas e Torres não resolve os problemas

João Semedo e BE Caldas em reunião com a comissão de utentes do CHON

"O Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) é vítima de um sub-financiamento muito acentuado", comentou o deputado do Bloco de Esquerda (BE) da Assembleia da República, João Semedo, que veio às Caldas da Rainha na passada segunda-feira para se reunir com a comissão de utentes do CHON e com o Conselho de Administração do CHON.
"Os problemas deste centro hospitalar não são muito diferentes dos outros hospitais do SNS. Todos os anos o Estado dá dinheiro a menos do que é necessário para a despesa efetiva do hospital. A dívida de 48 milhões de euros é brutal e paralisante", sustentou.
Segundo o deputado "o CHON perdeu muitos médicos e valências e a pouco a pouco vai desqualificando e reduzindo a qualidade dos serviços. As listas de espera vão crescer para limites muito acima do que são desejáveis".
"Fui administrador de um hospital e sinto bem este problema", referiu João Semedo, que disse ser "uma ilusão pensar que a fusão das Caldas com Torres resolverá o problema, porque na integração de hospitais a experiência tem mostrado que nem sempre a despesa tem diminuído na dimensão em que se espera".


João Semedo e BE Caldas em reunião com o Conselho de Administração do CHON

"No CHON, não só a despesa não diminuiu como se julgava como também a produção assistencial não aumentou. É uma ilusão para enganar a opinião pública. Não vai resolver nenhum dos problemas dos hospitais das Caldas e de Torres, e está prevista num desenho de que tenho muitas dúvidas. A pediatria, a maternidade e a urgência médico cirúrgica ficarão nas Caldas, mas toda a cirurgia e ortopedia vão para Torres. Não faz sentido que não estejam no mesmo sítio onde está o serviço de urgência, é uma solução estranhíssima", afirmou.
De acordo com o deputado, o conselho de administração do CHON "informou-nos de que conhece do que está previsto e não exprimiu a sua opinião".
O termalismo também foi abordado nesta deslocação. "O hospital termal deve manter-se no domínio público e articulado com o hospital das Caldas e no âmbito do SNS. Se é gerido exclusivamente pelo hospital ou numa parceria com o município é outra questão, e estamos recetivos a qualquer modelo desde que respeite as premissas atrás referidas", defendeu João Semedo, apontando também que se "tem de encontrar uma solução de financiamento das Termas que não degrade mais o serviço do Hospital das Caldas".
Na Assembleia da República João Semedo já fez duas propostas de audição de responsáveis hospitalares e autarcas na comissão parlamentar de saúde, que foram rejeitadas pelo PSD e CDS "com argumento de que tudo estava ainda em discussão, mas na realidade o PSD e CDS querem evitar a discussão pública". "Vou voltar a insistir", garantiu o representante do BE.


in Jornal das Caldas, Francisco Gomes

João Semedo e BE Caldas em reunião com a comissão de utentes do CHON
(...)
“é uma ilusão e uma tentativa de ir enganando entre aspas a opinião pública, porque a fusão não traz mais dinheiro e não traz mais médicos, nem mais enfermeiros, nem mais profissionais” - João semedo
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Nos encontros, o deputado, médico de profissão, ficou a conhecer mais de perto uma estrutura “que vive um problema gravíssimo de subfinanciamento arrastado, uma dívida brutal”, ao qual acresce a “falta de médicos e profissionais, o que reduz a qualidade e a amplitude do serviço prestado”.
Mas para o bloquista, “a responsabilidade não é dos seus profissionais nem da administração actual. É de quem ao longo dos anos, em diferentes governos, subfinanciou os hospitais do Serviço Nacional de Saúde”. E até refere que o actual Conselho de Administração tem consciência dos problemas e está “a fazer um esforço ultrapassar os estrangulamentos que não são criados por si”.
João Semedo e BE Caldas em reunião com o Conselho de Administração do CHON
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a junção do CHON e do Centro Hospitalar de Torres Vedras no Centro Hospitalar do Oeste “não vai aumentar o financiamento das unidades de saúde, nem vai aumentar o número de profissionais. Vai permitir melhoras aqui e ali, através da sinergia de meios, mas não vai resolver o problema”.
(...)
Qual é, então, a solução? Uma redefinição de prioridades, defende. “O governo tem que se convencer que se há dinheiro para a Madeira, para o BPN e para tantos outros disparates, tem que haver dinheiro para a saúde”, diz. É preciso que a distribuição do orçamento seja mais coerente. “Toda a gente sabe que os orçamentos são limitados, mas há maneiras e maneiras de fazer os orçamentos e de os distribuir”.
(...)

in Gazeta - http://www.gazetacaldas.com/?s=Reorganiza%C3%A7%C3%A3o+hospitalar+na+regi%C3%A3o+oeste+%C3%A9+uma+ilus%C3%A3o%2C+diz+Jo%C3%A3o+Semedo

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