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REQUERIMENTO Número
/XII ( .ª)
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PERGUNTA Número /XII ( .ª)
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Assunto: Hospital
Termal Rainha D. Leonor nas Caldas da Rainha
Destinatário: Ministério
da Saúde
Exma. Senhora
Presidente da Assembleia da República
A cidade das Caldas da Rainha encontra-se indiscutivelmente associada às
suas águas termais, que, aliás, dão nome à cidade. É natural que as
populações defendam o seu Hospital Termal, não só porque historicamente as
águas termais se confundem com a cidade como também porque o hospital termal
cumpre uma função de serviço público única e inalienável. O Bloco de Esquerda
considera que o Hospital Termal Rainha D. Leonor nas Caldas da Rainha é uma
unidade fulcral do termalismo nacional que deve manter-se como uma unidade
pública do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devendo para tal ser dotado das
condições que permitam o seu cabal funcionamento.
Ao longo dos últimos anos, contudo, o Hospital Termal tem vindo a ser
alvo de sucessivos entraves, para os quais muito tem contribuído a
subfinanciamento bem como a noção clara de que aquela unidade é atrativa para
o setor privado. Como tal, parece estar-se perante um cenário em que sistematicamente
são retirados meios ao Hospital Termal, o que leva a dificuldades no seu
funcionamento que servem depois de argumentação para justificar que o setor
público não deve gerir o Hospital Termal.
A atratividade do Hospital Termal para o setor privado encontra-se
plasmada na “Proposta de Reorganização da Região Oeste: Cuidados
Hospitalares”, de fevereiro de 2012, elaborada pela Administração Regional de
Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que preconiza a concessão do Hospital
Termal das Caldas da Rainha a uma entidade empresarial do ramo do Turismo
Termal.
O mais recente entrave colocado ao Hospital Termal remete para o facto de
a Direção Geral de Energia e Geologia ter retirado a concessão das águas
termais ao Centro Hospitalar do Oeste (CHO) preparando-se para abrir um
concurso público visando a concessão das águas termais por um período mínimo
de 50 anos. Sendo certo que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha afirmou
estar disponível para aceitar, mediante determinadas condições, a concessão
das águas termais, é também verdade que esta solução poderá - a médio ou
longo prazo - não garantir a manutenção no SNS e no setor público das águas termais.
O Bloco de Esquerda considera que qualquer hospital (termal ou não) deverá
estar sob alçada do Ministério da Saúde, sendo parte integrante do SNS.
O Bloco de Esquerda considera que a existência de um Hospital Termal como
o Hospital das Caldas da Rainha integrado na rede pública do SNS é uma
mais-valia nos serviços públicos de saúde, pelo que este Hospital deve ser
dotado das condições que permitam o seu real funcionamento, em vez de ser
sucessivamente depauperado, como tem vindo a acontecer abrindo caminho à sua
entrega a mais ou menos breve trecho ao setor privado.
Atendendo ao exposto,
e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo,
através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:
1.
O Governo pretende que o Hospital Termal das Caldas da Rainha se mantenha
como um hospital do SNS?
2.
Quais as medidas que vão ser implementadas pelo Governo para garantir o
cabal funcionamento do Hospital Termal das Caldas da Rainha?
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Palácio de São Bento, 05 de agosto
de 2013.
O Deputado e a Deputada
João Semedo e Helena Pinto
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